O Submarino

  • O Submarino é o meio que me permite explorar este grandioso Mar, alcançando uma profundidade, impossível de ser atingida de uma outra forma. É desta forma que olho para os conteúdos abordados em sala de aula ao longo deste último semestre. Só através desta Unidade Curricular me foi possível adquirir determinados conhecimentos.
  • A didática representa o processo formal de educação, refere-se às condições de transmissão dos conhecimentos.
  • Nos últimos tempos, o papel do professor ganhou um espaço fundamental. Dessa forma, é importante esclarecer que a prática do professor deve-se respaldar em conceções teórico-metodológicas do ensino-aprendizagem.
  • Toda e qualquer prática docente é reveladora de uma determinada opção teórico-metodológica.
  • A didática é o ramo específico da pedagogia que se refere aos conteúdos do ensino e aos processos próprios para o conhecimento. Por essa razão, é necessário conhecer os modelos teóricos de ensino-aprendizagem para que se possa identificar a filiação teórica.
  • Os requisitos de um bom professor para a prática pedagógica, passa por um bom domínio epistemológico, isto é, a compreensão que um professor deve ter sobre quais são os processos psíquicos necessários para o conhecimento. No processo de conhecimento o professor deverá ter uma noção de como funciona esse processo. Um outro requisito passa pelo domínio metodológico, que é importante não confundir com as estratégias. As estratégias são componentes do método. Mas o método é algo vasto, pois envolve a conceção epistemológica, a conceção e a visão do mundo do próprio professor, a conceção do professor sobre o seu objeto de ensino e envolve também as estratégias que o professor utiliza para realizar o processo pedagógico. Portanto o domínio metodológico é a capacidade que o professor tem, de dirigir todo o processo pedagógico articulando adequadamente todos os elementos que integram o processo pedagógico. O outro requisito é o domínio do objeto de conhecimento da sua disciplina.
  • Tendo em conta que não podemos ensinar uma língua, sem conhecermos os métodos de ensino, as aulas de didática do português são fundamentais para adquirirmos essas técnicas. Esta formação promove a análise e a reflexão sobre objetivos específicos, tendo sempre como foco principal a aprendizagem do aluno. Para isso é extremamente necessário que o professor tenha sempre em consideração o perfil de cada aluno e os conhecimentos prévios.
  • Existem vários documentos orientadores, com os quais o professor tem de estar familiarizado, sendo eles "O perfil do aluno à saída da escolaridade obrigatória", as "Aprendizagens essenciais", o "Programa e metas curriculares de Português de Ensino Básico".
  • A Didática da Língua Portuguesa tem uma importância acrescida, por se tratar de uma língua materna, que partilha o mesmo código linguístico de outras disciplinas. No entanto conteúdos programáticos como técnicas de análise de textos, funcionamento da língua, literatura, à semelhança de outras disciplinas será algo que os alunos terão de aprender de raiz.
  • Durante as aulas de IDLP estivemos a tratar destes assuntos que referi, de forma mais direta ou menos direta, tendo por vezes havido alguns desvios no ramo que estávamos, mas não deixando de seguir a mesma direção e percurso, tendo havido realmente diversos debates em aula que me deixaram num estado reflexivo sobre os assuntos da didática da Língua Portuguesa. Algo que julgaria que nunca fosse acontecer, dado ao meu desagrado e uma certa aversão que tinha já formulado sobre esta área.
  • Sinto até que talvez me tenha conseguido aperceber de diversas utilidades que o ensino da Língua Portuguesa contem no seu núcleo, utilidades que não associava a uma disciplina linguística, onde a arbitrariedade está mais presente do que julgava.
  • Assim, houve distintas matérias que me agradaram, nomeadamente, o estudo concreto e análise dos documentos orientadores, a problematização que foi feita em aula relativamente aos domínios linguísticos. Comparando-os com as atividades linguísticas e um pedaço de aula, que foi dedicado à breve explicação de representações internas. - (Foi um momento que me pareceu estar fora do plano de aula do docente, pois surgiu através das dúvidas dos colegas, mas recordo-me claramente que me causou bastante impacto, pois não tinha qualquer conceção prévia de como se processavam esses aspetos de associação de palavras, imagens, símbolos, na mente das crianças).
  • Passarei, portanto, de seguida a explicitar de que forma cada um destes momentos prediletos se tornaram importantes o suficiente para decidir destacá-los no meu portefólio. Iniciando pela análise dos documentos orientadores, deverei dizer, que foi a primeira vez que tive conhecimento da existência dos mesmos, tendo apenas uma vaga ideia de que possivelmente deveria existir em algum local um conjunto de normas ou regras pelas quais os professores se deveriam guiar aquando das suas planificações de aula. Foi, portanto, com bastante agrado que folheei os documentos orientadores, verificando que há muita preocupação com os alunos e com a forma como deveremos incutir neles princípios durante as aulas de português, de uma forma indireta, podendo/devendo ou não recorrer aos conteúdos específicos da língua portuguesa. Com isto, quero dizer que achei interessante, nomeadamente no documento do perfil dos alunos, que estivessem discriminados certos domínios no âmbito quase moral e pessoal, devendo estes ser germinados em todas as aulas.
  • No meu caso específico, tive que tratar da sensibilidade estética e tentei perceber de que forma isso se poderia relacionar com o ensino da língua portuguesa, sendo a pergunta que mais me deixava desconfortável, o que posso fazer durante uma aula de português para conferir um momento de sensibilidade estética aos meus alunos? (posteriormente, apercebi-me que a maior parte dos meus colegas enfrentava a mesma dificuldade).
  • Não foi uma tarefa fácil, e admito que só consegui ter sucesso porque tive diversas conversas com os colegas e familiares sobre de que forma é que a sensibilidade estética está relacionada com o português. No entanto, apercebi-me com o desenvolvimento das aulas, e com algumas apresentações de outros colegas, que na verdade, não queremos aqui uma relação com o português, mas com as aulas de português, embora não parecendo, são coisas completamente distintas.
  • Foi então com algum sucesso que cheguei a uma conclusão, que depois foi sendo polida através dos feedbacks que os colegas deram e os comentários que o professor fez sobre esse domínio. Reitero que foi uma atividade muito interessante pelo seu caracter desafiante, não imaginando eu em aulas de didática do português fossemos realizar uma atividade tão prática e crucial. Toda a atividade em si, foi um sucesso no meu crescimento psicológico, e abriu algumas portas mentais que negavam a ligação do português a qualquer coisa que se afastasse à gramática, pois para mim, português e gramática seriam sinónimos. Portanto, com as análises feitas de todos os colegas, apercebi-me que é evidentemente possível tratar de uma profusão de assuntos nas aulas de português de forma rica e produtiva, não recorrendo necessariamente sequer à gramática.
  • Passando agora para os domínios linguísticos, foi precisamente o momento de silêncio que inundava a sala de aula quando o professor nos perguntou porque é que existiam 5 domínios, mas apenas 4 atividades linguísticas, tendo essa pergunta ficado em suspenso, para se esclarecer apenas na semana seguinte, pois a aula estava já no seu término. Durante essa semana tentei fazer a relação entre os domínios e as atividades, e realmente consegui fazer associações: as áreas de ouvir e falar poder-se-iam incutir no domínio da oralidade, ler associava-se ao domínio da leitura e escrever ao domínio da escrita. Sobravam, portanto, agora os dois domínios da gramática e da educação literária, que já não tinham espaço, nem atividade para se ligar. Foi portanto com alguma intriga que cheguei à aula seguinte, sem saber como se iria processar o debate sobre o assunto (os debates tidos em aula, são dos momentos mais rentáveis das aulas. São momentos que ficam na minha memória, devido a eles sinto posteriormente que consegui aprender e ser produtivo, tendo sido um auxilio promotor do meu próprio conhecimento). Facilmente me apercebi e aceitei que haveria uma transversalidade entre estes domínios que faltavam. Na prática, eu sabia que realmente a literatura estaria de certa forma distribuída entres as atividades, pois não faria sentido restringir-se apenas a uma delas, acontecendo o mesmo com a gramática, mas não sabia ao certo como explicaria esta dependência e simultânea independência.
  • Passei, portanto, a ficar ciente dos domínios, quais as atividades e como se relacionam, permitindo isto até para numa fase posterior, discutir em turma sobre a questão de literatura, toda a definição do conceito, quase tão abstrato quanto a arte, sendo mais uma vez, um momento bastante produtivo. Pois embora nem tenhamos chegado a nenhum resultado final, conclusivo, todo o processo de raciocínio e de argumentação permitiu-me ampliar os meus conhecimentos e opinião sobre o assunto.
  • Por fim, relativamente às representações internas, não tenho muito mais acrescentar do supra mencionado, foram mesmo apenas alguns minutos da aula em que o professor falou sobre as representações que as crianças faziam, dando os exemplos do símbolo da pepsi, do símbolo do "c" do continente e mesmo a caligrafia da garrafa da "coca-cola" que transmite às crianças, que ainda não sabem ler. Uma representação simbólica de diferentes valores (mesmo que se trate de texto, não deixa de ser uma representação de uma imagem). Fiquei bastante surpreendido quando o professor disse que tudo isto era realmente uma leitura, ou seja, crianças que ainda não sabem o alfabeto, são capazes de ler, simplesmente não fazem uma descodificação dos sinais gráficos (as letras).  
Pedro Sucena - 3160513 - 3º. ano Educação Básica 2018/2019
Desenvolvido por Webnode
Crie o seu site grátis! Este site foi criado com a Webnode. Crie o seu gratuitamente agora! Comece agora